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  • Ninja Gaiden 4 é um poderoso filho da PlatinumGames com a Team Ninja e impressiona com gameplay afiada

    Ninja Gaiden 4 é um poderoso filho da PlatinumGames com a Team Ninja e impressiona com gameplay afiada

    Novo título da franquia impressiona por combates em ritmo acelerado e enormes possibilidades de combos

    Após um hiato de mais de 10 anos anos sem jogos inéditos, a franquia Ninja Gaiden voltou em 2025 com uma série de novidades reveladas quase ao mesmo tempo, como Ninja Gaiden 2 Black, remake do elogiado título de Xbox 360, e o recém-lançado Ninja Gaiden: Ragebound, jogo ação e plataforma 2D desenvolvido pela The Game Kitchen, da franquia Blasphemous. No entanto, nenhum outro anúncio atraiu tantos holofotes quanto Ninja Gaiden 4, título desenvolvido pela PlatinumGames, de Bayonetta, NieR: Automata e Astral Chain, em parceria com a própria Team Ninja, responsável por toda a trilogia 3D da série.

    Com um histórico extremamente elogiado por crítica e público no gênero hack and slash, a Platinum imprime em Ninja Gaiden 4 características de seu próprio DNA, mas sem descaracterizar os elementos clássicos da trilogia desenvolvida pela Team Ninja entre 2004 e 2012. O combate em ritmo acelerado, combos extravagantes (no melhor sentido) e sanguinolência permanecem, mas agora com um jogo menos punitivo e na dificuldade padrão. Por outro lado, na dificuldade mais elevada, o título se revela um verdadeiro pandemônio e deve ser um prato cheio para os jogadores ávidos por desafio, e a parceria entre Platinum e Team Ninja soa extremamente promissora no que mais interessa em um hack and slash: a gameplay.

    IGN Brasil teve acesso a uma versão de teste do jogo, com pouco mais de 3 horas de conteúdo entre modo história e desafios extras. Com base no que vi no começo da campanha, Ninja Gaiden tem tudo para ser um hack and slash de excelência.

    Contraste de gerações

    A versão de teste de Ninja Gaiden 4 nos concedeu acesso ao prólogo e ao capítulo 1 do Modo História, além de um modo desafio que inclui trechos jogáveis dos capítulos 2 e 3, embora sem revelar informações sobre a trama do jogo, e desafios chefões do jogo. Enquanto a campanha principal nos permitiu jogar apenas com o novo protagonista Yakumo, os modos de desafio trazem a possibilidade de jogar também com o protagonista clássico da franquia, Ryu Hayabusa.

    No modo história do jogo, começamos a jogar com Yakumo, um jovem ninja do Clã do Corvo que mergulha numa Tóquio pós-apocalíptica e castigada por uma chuva incessante e extremamente letal. No passado, o mundo foi brutalmente atacado por uma criatura extremamente poderosa conhecida como Dragão das Trevas, e coube a Ryu Haybusa matar o dragão, trabalhando ao lado de uma organização conhecida como Ordem do Dragão Divino (também conhecida como O.D.D no jogo). No entanto, um grupo de demônios conseguiu ressuscitar o monstro, que precisou então ser selado no céu de Tóquio para dar fim a uma nova onda de destruição. Contudo, a cidade foi condenada a um eterna chuva de miasma pestilento que sai incessantemente das vísceras do dragão.

    Nesse contexto, Yakumo recebe a missão de matar uma misteriosa sacerdotisa chamada Seori, que estaria trabalhando para ressuscitar uma vez mais o Dragão das Trevas. Porém, quando o protagonista chega para eliminar seu alvo, Seori revela o suposto verdadeiro significado da profecia do Clã do Corvo e diz que a única forma de livrar Tóquio da chuva de miasma não seria matando o Dragão das Trevas de forma convencional, pois ele poderia ser ressuscitado novamente, como já fora uma vez pelos demônios antes de ser selado. Seori explica que o dragão precisaria ser ressuscitado e então purificado para deixar de ser uma ameaça à humanidade.

    Seori então propõe a Yakumo uma aliança temporária e promete por fim de forma definitiva à ameaça do Dragão das Trevas, e mesmo desconfiado das reais intenções da sacerdotisa, Yakumo aceita o acordo, mas ressaltando que mataria a mulher caso houvesse qualquer sinal de traição. Ele então liberta Seori e os dois fogem juntos da base da Ordem do Dragão Divino, organização que ainda trabalha com Ryu Hayabusa em Tóquio para tentar livrar a cidade da chuva incessante de miasma e, ao menos até onde se sabe, também busca dar um fim do Dragão das Trevas de forma definitiva.

    Tanto o prólogo quanto o capítulo 1 do jogo trazem muito mais dúvidas do que explicações reais sobre o que está acontecendo na Tóquio devastada, e as suspeitas levantadas até mesmo sobre as ações do Clã Hayabusa criam um clima de mistério na trama. Fica implícito já nos primeiros capítulos, no entanto, que há uma certa animosidade entre o clã de Ryu Hayabusa e o clã do Corvo, que desempenha um papel importantíssimo na proteção da humanidade, tanto quanto os Hayabusa, mas sempre atuando nas sombras e sem nunca receber crédito por isso, o que gera um grande ressentimento no próprio Yakumo.

    Por mais que o começo da campanha ofereça muito mais questionamentos do que respostas, tudo parece preparar o terreno para que, ao menos em parte da campanha, Yakumo e Ryu Hayabusa sejam muito mais adversários do que aliados. Ainda assim, parece difícil acreditar que o clássico protagonista da franquia seja transformado em um vilão de fato em Ninja Gaiden 4, até mesmo pelo fato de, ao menos no modo desafio, ele ser também um personagem jogável. No entanto, o jogo parece indicar que Yakumo será mesmo o personagem principal dessa história e o papel Hayabusa permanece incógnito.

    Gameplay afiadíssima

    Por mais que a premissa de Ninja Gaiden 4 soe interessante, ainda que envolta por alguns clichês característicos da própria franquia, nada é mais determinante para o valor de um hack and slash do que sua gameplay, e nisso a parceria entre Team Ninja e PlatinumGames soa tão afiada quanto as lâminas usadas por Yakumo e Ryu Hayabusa.

    Veteranos da franquia perceberão que toda a sanguinolência e desafio de Ninja Gaiden permanecem no novo jogo, bastante fiel à essência da trilogia lançada originalmente no Xbox e Xbox 360, antes de receber versões para outras plataformas. No entanto, a entrada da PlatinumGames no desenvolvimento deixa claro que esse também é um jogo com lutas em ritmo ainda mais acelerado, acrobáticas e com grande número de inimigos na tela. Em resumo, Ninja Gaiden 4 é como se os Ninja Gaiden dos anos 2000 e 2010 e Bayonetta tivessem um fiilho e o fruto dessa união fosse a própria gameplay agilíssima de Yakumo.

    Na versão de testes do jogo, Yakumo tem acesso a duas armas principais: um par de espadas e uma laança/rapieira. Quando o inimigo já está na reta final de sua barra de vida, o personagem pode finalizá-lo de forma brutal com o botão Y do Xbox ou triângulo do PlayStation 5, ao passo que o X do Xbox e quadrado do PS5 são responsáveis pelos ataques rápidos, mas com menor dano. Além disso, o protagonista também tem uma habilidade especial conhecida como Forma do Corvo Sanguíneo, que dá acesso a um novo conjunto de habilidades e armas que aparecem para a execução de técnicas especiais. Nessa forma, o personagem é ainda mais letal do que e ganha acesso a uma gama variada de golpes.

    Yakumo também conta com técnicas defensivas que permitem a ele tanto se esquivar de golpes quando apará-los, o que abre a chance para contra-ataques com dano devastador. Ao pressionar o botão Y ou triângulo por alguns segundos, protagonista desfere uma técnica especial que atinge o inimigo com vários golpes em sequência, e o jogo de câmeras rápido de Ninja Gaiden 4 torna toda a ação do jogo ainda mais dinâmica.

    Se a trilogia Ninja Gaiden da Team Ninja já era ágil, considere que a Platinum pôs o pé no acelerador para deixar o jogo ainda mais veloz, estiloso, extravagante e acrobático. Quando se domina o timing das esquivas, mesmo em lutas contra chefes de cenário, Yakumo se torna um verdadeiro predador de inimigos, dançando na frente de seus oponentes e emendando combos cada vez mais mais letais, combinando ataques no solo e golpes aéreos com maestria, e a maioria das técnicas depende de combinações rápidas de serem aprendidas. O grande desafio, na verdade, é lembrar da lista completa de movimentos e desobrir quais combinações são mais apropriadas conforme os tipos de inimigos.

    É preciso ressaltar, no entanto, que Ninja Gaiden 4, ao menos na dificuldade normal, é um jogo consideravelmente mais fácil do que todos os três todos da trilogia 3D do Xbox e Xbox 360, e que o verdadeiro desafio para os jogadores ávidos por lutas mais tensas reside no nível difícil e, principalmente, no Mestre Ninja, no qual os padrões de ataque dos inimigos são mais imprevisíveis e agressivos.

    Ryu Hayabusa, por outro lado, ao menos no modo desafio em que pude testá-lo, parece um personagem um pouco (apenas um pouco) mais pesado que Yakumo em movimentação, mas também com maior potencial de dano. No entanto, isso são apenas impressões iniciais, e somente na versão final do jogo será possível ver o quão diferentes os dois personagens são de fato. No entanto, os fãs de Ninja Gaiden podem ficar tranquilos, pois o protagonista clássico da franquia, embora tenha apenas sua clássica katana na versão de testes, tem uma lista de movimentos e combos bastante extensa, e o mais importante, extremamente familiar para veteranos na série. Depois de alguns minutos, já é possível entender perfeitamente os padrões de ataque de Hayabusa e explorar todo seu potencial em batalha. Ao menos no modo desafio, o personagem pode ser usado inclusive no prólogo e no capítulo 1 do jogo, embora todos os elementos de história sejam cortados, pois se tratam de partes da campanha claramente feitas para serem jogadas com Yakumo.

    Dentro do modo história, Ninja Gaiden 4 também reserva uma série de missões secundárias, que vão desde matar inimigos opcionais até encontrar itens escondidos no mapa ou matar um determinado número de oponentes utilizando uma arma ou técnica específica. Cada objetivo cumprido rende uma quantidade de dinheiro que pode ser convertida na compra de itens de cura ou capazes de aumentar temporariamente o ataque ou defesa de Yakumo.

    Na maior parte do tempo, a oferta de dinheiro e itens é extremamente generosa, e dificilmente chegamos a uma luta importante desprovidos de recursos. Yakumo também tem um sensei chamado Tyran, que nos ensina novas técnicas e nos oferece a chance de treinar durante os próprios capítulos do jogo. É uma boa forma de treinar combinações de golpes e conhecer os atributos de cada arma, mas o fato é que, ao menos na dificuldade padrão, é perfeitamente possível treinar enquanto se progride no próprio jogo, pois a maior parte dos inimigos comuns não oferece um desafio tão elevado, salvo exceções.

    Extravagância e estilo lado a lado

    Ninja Gaiden 4 também conta com um harpéu que usamos para atravessar áreas com penhascos, além do fato de podermos correr pelas paredes ou pular rapidamente de um canto a outro em paredes estreitas para chegar a pontos mais altos do mapa. Embora, ao menos nos capítulos iniciais, o jogo não se destaque por uma exploração tão profunda, com uma abordagem majoritariamente linear, o título da PlatinumGames e da Team Ninja guarda várias recompensas para quem se dedica a conhecer cantinhos escondidos do mapa. Como todo bom hack and slash, Ninja Gaiden 4 é um jogo direto ao ponto e tem seu sistema de combate extremamente ágil sua grande estrela. Se você é fã de Devil May Cry e Bayonetta, será praticamente impossível não se empolgar com a ação e combos do novo Ninja Gaiden.

    O modo desafio do jogo, por sua vez expande a experiência do modo história por oferecer acesso parcial a trechos de missões dos capítulos 2 e 3, que não estão disponíveis na versão de teste do modo história. Neles, deslizamos sobre trilhos e precisamos nos esquivar rápida de obstáculos que surgem no caminho (capítulo 2) e precisamos escapar de um labirinto dominado por ilusões demoníacas (capítulo 3).

    Propositalmente, esses capítulos presentes no modo desafio excluem quaisquer diálogos que possam revelar mais sobre a trama do jogo, mas apresentam desafios e inimigos inéditos, indicando que a campanha de Ninja Gaiden 4 será bastante variada em tipos de inimigos e ambientação.

    Por fim, o modo desafio oferece lutas específicas contra chefões do jogo, uma boa forma de ir aprimorando os movimentos de Yakumo e Ryu Hayabusa e vencer de forma cada vez mais dominante inimigos que, numa primeira luta, podem ser uma verdadeira pedra no sapato. Nos meus testes, aproveitei para ir elevando a dificuldade dessas lutas até o nível Mestre Ninja, e pude constatar que os fãs de Ninja Gaiden sedentos por dificuldade extrema terão justamente aquilo que desejam.

    Em linhas gerais, Ninja Gaiden 4 dá toda a impressão de ser um hack and slash de excelência: versátil em possibilidades de combos, extremamente ágil, acrobático, extravagante e repleto de estilo. Ainda que o teste tenha oferecido apenas uma pequena parte de todo o conteúdo, saio desse teste com a certeza que 2025 é mesmo um verdadeiro presente para os fãs de longa data da franquia.

  • Ninja Gaiden: Ragebound – Review

    Ninja Gaiden: Ragebound – Review

    Spin-off retorna às raízes da franquia antecendendo Ninja Gaiden 4

    Depois de anos sem um jogo 100% novo, Ninja Gaiden retornou para tentar se traduzir para novos públicos, ao mesmo tempo em que luta para agradar os saudosistas do estilo clássico da franquia, que fez sucesso no NES entre os fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990. Isso fica extremamente claro nesse ano de 2025, em que já foi lançado Ninja Gaiden 2 Black, remake de títulos da geração 3D, e ainda teremos Ninja Gaiden 4, desenvolvido pela Platinum Games e que parece beber muito da franquia Bayonetta. Mas então o que sobra para Ninja Gaiden Ragebound?

    Produzido pelo estúdio The Game Kitchen, responsável pelo ótimo metroidvania Blasphemous, e publicado pela Dotemu, publisher conhecida por investir em versões modernizadas de clássicos das gerações de 8 e 16 bits, Ragebound surge como uma tentativa de reviver o lado 2D da série, sem comprometer a história de Ryu Hayabusa, que está ausente nesse jogo enquanto lida com os acontecimentos dos clássicos de NES.

    O jogador assume o papel de Kenji Mozu, um jovem ninja em treinamento que assume a responsabilidade de impedir uma invasão demoníaca na Terra. Em meio a essa missão, ele cruza caminhos com Kumori, membro do clã rival Aranha Negra. Em uma sequência de clichês narrativos, os dois acabam se unindo “espiritualmente” para acabar com a ameaça, mesmo que isso vá contra todas as tradições de suas famílias.

    A dinâmica entre os dois protagonistas oferece momentos cômicos e leves, com diálogos sarcásticos e provocações entre os dois. Ela o chama de certinho; ele critica seu passado sombrio. E, no meio disso tudo, os dois matam demônios. Muitos demônios.

    Preciso mencionar que meu contato anterior com a franquia Ninja Gaiden foi muito breve e se deu apenas pelos títulos 3D, o que acredito que possa enviesar negativamente a experiência, que se apoia principalmente em nostalgia pelos jogos clássicos do Nintendinho.

    O visual é composto por uma pixel art extremamente competente, o que já era de se esperar da The Game Kitchen pelo lindo trabalho em Blasphemous. A direção de arte é sólida, o design de Kenji e de Kumori não deixa a desejar e a trilha sonora traz batidas retrô remixadas para um gosto musical atual. As animações também são muito bem feitas, apesar de serem bem limitadas em quantidade e variação.

    Gameplay e inimigos

    A proposta de Ragebound é básica, mas funcional. Kenji inicialmente possui cortes rápidos de katana, esquivas rápidas, capacidade de escalar paredes e teto. Algo que me incomodou profundamente é o fato de não existirem ataques direcionais. Por exemplo, para atingir um inimigo acima de você, é necessário ou chegar até a plataforma em que ele está, ou realizar um golpe pulando enquanto se move para os lados, torcendo para que a hitbox seja cortada por um triz.

    Após sua união com Kumori, o jogador recebe alguns recursos adicionais para complementar sua gameplay. Agora você pode arremessar kunais vertical e horizontalmente, além de habilidades especiais que podem ser desbloqueadas na loja por meio de Escaravelhos Dourados, um tipo de moeda colecionável que fica espalhada ao longo das 17 fases da campanha.

    Também são desbloqueadas as Artes Ragebound, uma espécie de “Super” que se carrega ao acumular cargas Hypercharge. Estas permitem ataques supercarregados que eliminam qualquer inimigo com um só golpe. Para ativá-los, o jogador precisa derrotar inimigos com auras coloridas ou sacrificar parte da vida. A mecânica se torna mais interessante quando exige que o tipo de ataque corresponda à cor da aura – katana para azul e kunai para roxo –, criando uma camada estratégica que recompensa precisão e reflexos rápidos e uma ordem mais eficiente de abates.

    Outra mecânica essencial de Ragebound é o Salto de Guilhotina, que permite “quicar” sobre praticamente qualquer coisa, inimigos, projéteis, até chefes. Imagine o pulo duplo com tapa do Cuphead, mas onde tudo pode ser atingido. Esse movimento transforma a navegação em um verdadeiro balé ninja, servindo tanto para explorar novas áreas quanto para manter-se fora do alcance de golpes.

    A variedade de oponentes parece grande, mas se torna repetitiva pelos comportamentos dos mesmos. Você encontrará inimigos que atacam corpo a corpo e à distância, mas que se dispõe das mesmas ações o jogo inteiro. A maior diferença entre eles é a quantidade de acertos necessários para eliminá-los.

    Já os chefes (é claro que existem chefes) são um caso à parte. Toda fase terá um no seu final e eles funcionam quase como um boss de, novamente, Cuphead. São os momentos em que toda a precisão da movimentação de plataforma é posta à prova e de maneira bem equilibrada. Nenhum é excessivamente fácil, porém alguns podem ter ataques e combinações bem frustrantes, o que torna o momento da vitória bem satisfatório. Entretanto, nenhum é memorável. Os demônios são tão genéricos que chegam a ser esquecíveis.

    Progressão e exploração

    Ninja Gaiden Ragebound faz um bom trabalho em apresentar cenários com estética variada, que vão desde cachoeiras e florestas até prédios em construção e bases da CIA (não entrarei em spoilers sobre isso). Em alguns momentos aparecem também breves etapas especiais, como pilotar um jet ski ou se pendurar em helicópteros, enquanto mata demônios, é claro.

    Conforme já citado, existem Escaravelhos Dourados espalhados por todos os mapas, mas também existem outros tipos de colecionáveis que servirão para desbloquear fases secretas e novos itens na loja.

    Esta loja, a vendinha do senhor Muramasa, serve como ponto central na progressão do personagem, mas falha em oferecer habilidades realmente úteis. Kenji pode ter até dois talismãs equipados, que servem como habilidades passivas e de sobrevivência. Já Kumori pode equipar uma habilidade especial e sua Arte Ragebound. A questão é que o “super” padrão é disparado a melhor das opções, e as outras skills não são tão úteis quanto parecem. Os talismãs também parecem não ter recebido a atenção devida dos desenvolvedores, mudando pouco a experiência. Com cada item custando cerca de cinco Escaravelhos, terminei o jogo com mais de 40 acumulados e apenas 10 itens comprados

    Algo que me surpreendeu positivamente foram alguns desafios especiais assumindo o controle de Kumori por meio de altares demoníacos. São momentos em que a precisão de plataforma 2D brilha e oferece uma dificuldade satisfatória. Uma pena que as recompensas são mal utilizadas na loja.

    Cada fase possui um sistema de pontuação, o que pode atrair pessoas aficionadas por obter rank S em todas as etapas, mas que não oferece nada de novo pela falta de elementos mais voltados a jogos metroidvania. Embora não seja a proposta de Ninja Gaiden Ragebound, acredito que algo nesse sentido poderia ter sido explorado.

    Além disso, Ragebound inclui fases opcionais, um modo difícil desbloqueado após as cerca de 5 horas de campanha principal (podendo chegar a 9 horas ou mais com exploração) e recompensas adicionais para quem se destaca nas missões.

    O Veredicto

    Ninja Gaiden Ragebound entrega uma experiência sólida, fiel às raízes da série clássica de NES, e funciona como uma ponte nostálgica entre o passado e o futuro da franquia. Seu foco na ação 2D, com mecânicas bem construídas e estética retrô competente, certamente agradará os fãs mais antigos, especialmente aqueles que buscam uma jogabilidade desafiadora e direta. No entanto, fica claro que o jogo não pretende, e talvez nem consiga, ser o novo grande marco da série. Ele cumpre bem o papel de manter vivo um estilo que já foi a identidade de Ninja Gaiden no passado, mas carece de personalidade própria para brilhar entre os títulos modernos. Com Ninja Gaiden 4 no horizonte, sob os cuidados da Platinum Games, é provável que Ragebound assuma um papel complementar: um spin-off voltado à comunidade retrô e, quem sabe, ao cenário de speedrunners, que deve encontrar aqui um prato cheio.

  • Dragon Quest 1 & 2 HD-2D Remake tem novo trailer revelado com detalhes de gameplay, gráficos, vozes e masmorras e vilas inéditas

    Dragon Quest 1 & 2 HD-2D Remake tem novo trailer revelado com detalhes de gameplay, gráficos, vozes e masmorras e vilas inéditas

    Jogo será lançado em 30 de outubro

    Os fãs de Dragon Quest tiveram uma amostra do que jogarão em Dragon Quest 1 & 2 HD-2D Remake no novo trailer lançado nesta quinta-feira (31). A nova prévia do jogo revela as vozes dos personagens, locais inéditos que não estavam presentes na obra original, além dos visuais completamente retrabalhados em HD-2D.

    No trailer, podemos ver a gameplay de ambos os jogos e em ambos ouvimos as vozes inéditas dos personagens, além dos belos locais que compõem a aventura do nosso herói. Um dos grandes destaques do remake será a inclusão de novos cenários na trama, como novas cidades e vilarejos. Além disso, toda a trilha sonora foi retrabalhada e regravada com uma orquestra.

    Os jogadores que já jogaram Dragon Quest 3 HD-2D Remake e possuem dados salvos do game podem obter recompensas únicas no jogo.

    Dragon Quest 1 & 2 HD-2D Remake será lançado em 30 de outubro de 2025 para PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC (via Steam e Windows Store), Nintendo Switch e Nintendo Switch 2.

  • Mercado de técnicos e mais novidades da Carreira de EA Sports FC 26

    Mercado de técnicos e mais novidades da Carreira de EA Sports FC 26

    Seu jogador também poderá perder jogos por motivos diferentes

    EA Sports FC 26 manterá seus modos já consagrados, e o Modo Carreira — um dos favoritos entre os jogadores que preferem uma experiência offline mais focada na gestão ou na jornada de um atleta — está de volta com novidades importantes. Além das melhorias gerais na gameplay (que falamos mais nas nossas primeiras impressões), que impactam diretamente o que acontece dentro de campo, a nova edição promete transformar o que rola fora das quatro linhas.

    Carreiras infinitas ou curtas, você escolhe

    Uma das principais novidades está na flexibilidade do modo. Agora, além da tradicional jornada de técnico ou jogador, será possível criar carreiras com tempo limitado, focadas em objetivos específicos. Quer tentar tirar um time da segunda divisão em três temporadas? Ou conquistar a Champions League antes de 2030? O jogo vai propor desafios com metas claras e prazos definidos, adicionando um elemento estratégico e mais acessível para quem quer experiências mais curtas e focadas.

  • Star Wars Outlaws é anunciado para Switch 2 no Nintendo Direct: Partner Showcase

    Star Wars Outlaws é anunciado para Switch 2 no Nintendo Direct: Partner Showcase

    Jogo chega para o novo console da Nintendo 1 anos versões de PS5, Xbox Series e PC

    A Ubisoft anunciou nesta quinta-feira (31), durante o Nintendo Direct: Partner Showcase de julho, que Star Wars Outlaws ganhará uma versão para Nintendo Switch 2. O jogo de ação protagonizado pela fora da lei e caçadora de recompensas Kay Vess chega ao console de nova geração da Nintendo no dia 4 de setembro, pouco mais de 1 ano após o lançamento das versões de PlayStation 5, Xbox Series e PC. O game foi desenvolvido pela Massive Entertainment, estúdio responsável pelos jogos The Division 1 e 2.

    Ambientada entre os eventos de O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, a história Star Wars Outlaws começa apresentando o temível Sliro, líder do sindicato do crime Zerek Bash, mostrando uma de suas facetas mais crueis e punindo de forma implacável alguns desafetos, mostrando por que ele é um dos grandes antagonistas do jogo. Pouco depois, somos finalmente apresentados a Kay e Nix vivendo de pequenos golpes e crimes na cidade-cassino de Canto Bight. Kay é ajudada em Canto Bight por um um dono de bar chamado Bram, mas logo acaba envolvida num esquema que a faz roubar um item valioso de Sliro e se vê forçada a fugir de Cantonica a bordo da nave Trailblazer, com o status de fugitiva e um alvo em sua cabeça. Ainda em Cantonica somos apresentados brevemente ao passado de Kay por meio de flashbacks, que mostra como a jovem começou a se envolver em pequenos crimes, mas não posso revelar nenhuma informação sobre as origens da protagonista além disso, apenas que esses flashbacks se tornam mais frequentes durante o jogo.

    Após deixar Cantonica, Kay acaba desembarcando na lua de Toshara, local em que ela conhece seus primeiros aliados na campanha, como o mecânico Waka, a experiente Danka, uma alienígena que tem conexões com diversas facções criminosas e começa a apresentá-las a Kay, e as primeiras facções criminosas do jogo com quem podemos formar alianças: o Sindicato Pyke, que tem grande influência no submundo do crime de Toshara, e a Aurora Escarlate, que atua mais nos bastidores políticos para desestabilizar facções e sindicatos do crime para assim ascender na hierarquia de poder da galáxia.

    Na review feita pelo IGN Brasil, Star Wars Outlaws recebeu a nota 8/10, sendo elogiado por sua história ambientação detalhada do universo de Star Wars, ao passo que o combate do jogo foi criticado por sua falta de profundidade.

    “Com uma das melhores construções de mundo da história da franquia nos games, Star Wars Outlaws se destaca da maioria dos demais títulos da série por sua imersão e construção rica em detalhes de diferentes e luas de planetas de uma galáxia muito, muito distante. Ao mergulhar no submundo dos fora da lei, o título mergulha a protagonista Kay Vess e o simpático mascote Nix em uma trama política em que a própria sobrevivência de Kay depende de acordo e alianças frágeis com facções que a enxergam apenas com uma peça em um esquema muito maior. A boa história e excelente ambientação são os grandes pontos fortes de um jogo que só não voa mais alto devido a um sistema de combate que carece de maior profundidade e se torna repetitivo em uma campanha que pode facilmente ultrapassar as 50 horas. Outlaws não alcança o nível de títulos como Knights of the Old Republic ou Jedi: Survivor, mas certamente figura no grupo das boas adaptações de Star Wars para os games.”

  • Dragon Ball Sparking Zero é anunciado para Switch e Switch 2 e chega em novembro

    Dragon Ball Sparking Zero é anunciado para Switch e Switch 2 e chega em novembro

    Após lançamento para PS5, Xbox Series e PC, jogo de luta em arena terá versões para os dois consoles da Nintendo

    A Bandai Namco anunciou nesta quinta-feira (31), durante o Nintendo Direct: Partner Showcase de julho, que Dragon Ball: Sparking Zero, jogo de luta em arena baseado na obra de Akira Toriyama, ganhará versões para Nintendo Switch e Switch 2 em 14 de novembro, pouco mais de 1 ano após o jogo ter sido lançado para PlayStation 5, Xbox Series e PC.

    Desenvolvido pela Spike Chunsoft, responsável pelo clássica série de jogos Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi, que marcou época em sua trilogia lançada para PlayStation, Sparking Zero traz recriações fiéis dos personagens e de vários momentos icônicos de diferentes fases do anime.

    As versões de Nintendo Switch e Nintendo Switch 2 contarão com modos multiplayer local e online, além de suporte a controles de movimento, permitindo aos jogadores executar os ataques dos personagens com os controles Joy-Con. Ao todo, Dragon Ball: Sparking Zero conta mais de 180 personagens jogáveis, indo desde o primeira adaptação em anime, com Goku ainda criança, até a fase Dragon Ball Super e os filmes mais recentes da franquia.

    Na review feita pelo IGN Brasil, Dragon Ball: Sparking Zero recebeu a nota 8/10: “Dragon Ball: Sparking Zero honra o legado de Budokai Tenkaichi e é um legítimo sucessor da trilogia de jogos do PlayStation 2, no bom e no mau sentido. Com uma infinidade de personagens e transformações, gameplay ágil e combos extravagantes, o jogo peca em alguns momentos com seu sistema de câmera durante as lutas e reconta os eventos do anime de forma um tanto apressada. Ainda assim, a possibilidade de criar diferentes desfechos para os momentos mais marcantes da obra de Akira Toriyama dá um bem-vindo toque de novidade para um jogo que, embora esteja longe de ser perfeito, impressiona pelos visuais belíssimos e diverte pelos combates que parecem saídos diretamente do anime e pela enorme quantidade de conteúdo a ser desbloqueada.”

    https://www.pcgamesn.com/dragon-ball-sparking-zero/review

  • The Adventures of Elliot: The Millennium Tales, novo RPG de ação da Square Enix, é revelado no Nintendo Direct: Partner Showcase e chega em 2026

    The Adventures of Elliot: The Millennium Tales, novo RPG de ação da Square Enix, é revelado no Nintendo Direct: Partner Showcase e chega em 2026

    Jogo apresenta gráficos no estilo HD-2D usado em Octopath Traveler e remakes de Dragon Quest

    O Nintendo Direct: Partner Showcase desta quinta-feira (31), encerrou o mês de julho com uma dupla surpresa da Square Enix. Um desses jogos é o RPG de ação HD-2D intitulado The Adventures of Elliot: The Millennium Tales, que chegará ao Switch 2 em 2026.

    The Adventures of Elliot acompanha o aventureiro Elliot, que parte do Reino de Huther para investigar um misterioso conjunto de ruínas encontrado na selva. Huther é protegido por um feitiço que mantém afastadas as tribos de feras atacantes, então Elliot acaba tendo que lutar para abrir caminho pelo mundo exterior.

    Embora The Adventures of Elliot se pareça com Octopath Traveler, Live a Live e outros RPGs baseados em turnos em HD-2D dos últimos anos, o novo jogo do estúdio é um RPG de ação. Em vez de ter um grupo, você controla apenas Elliot e sua companheira fada Faie. Elliot pode empunhar sete tipos diferentes de armas, todas com habilidades e efeitos diferentes, e pode melhorá-las usando cristais Magicite que encontra em suas viagens. Faie também pode atacar inimigos por conta própria, controlada pelo jogador ou por um segundo jogador no modo cooperativo.

    The Adventures of Elliot ainda não tem uma data de lançamento definida, mas uma demo gratuita será lançada hoje, e a Square Enix enviará uma pesquisa pós-jogo para que os jogadores deem seu feedback algum tempo depois.

    Além disso, a Square Enix revelou Octopath Traveler 0 para Nintendo Switch e Switch 2, com lançamento previsto para 4 de dezembro de 2025. Portanto, se você gostou do visual de The Adventures of Elliot, mas sentiu falta do estilo de batalha baseado em turnos (ou se simplesmente não quer esperar indefinidamente por Elliot), esse provavelmente é o jogo ideal para você.

  • Imagine Far Cry, mas com dinossauros e terror: essa é a premissa deste jogo, também inspirado em Dino Crisis, e você pode experimentá-lo agora

    Imagine Far Cry, mas com dinossauros e terror: essa é a premissa deste jogo, também inspirado em Dino Crisis, e você pode experimentá-lo agora

    Game está com uma demo gratuita que pode ser jogada no Steam

    Milhões de pessoas são fascinadas por dinossauros. Os filmes Jurassic Park fazem parte da cultura popular de um lado. Do outro, na indústria de videogames, os títulos Dino Crisis são considerados clássicos do survival horror e possuem muitos fãs que morrem de saudades da franquia. A ideia de enfrentar criaturas pré-históricas com armas modernas continua sendo um conceito altamente envolvente, especialmente porque nos permite ser o centro das atenções em um ambiente selvagem.

    Essa parece ser a premissa de Ferocious, um jogo de tiro ambientado em uma ilha com dinossauros que, com seu trailer mais recente (postado abaixo), revelou detalhes importantes sobre a história, o combate frenético e a quantidade de inimigos pré-históricos que enfrentaremos. O estúdio OMYOG e a editora tinyBuild apresentaram este jogo há mais de quatro anos, e naquela época o objetivo principal do título era encontrar o irmão do protagonista após um naufrágio.

    Ferocious é um jogo de dinossauro muito aguardado

    A trama central de Ferocious gira em torno de um misterioso naufrágio em uma ilha que parece ter sido deixada para trás no tempo e habitada por criaturas que se pensava estarem extintas: de dinossauros a caranguejos gigantes capazes de exterminar um humano com um único golpe. Durante a estadia, o jogador se comunicará com uma mulher anônima que tentará ajudá-lo, mas o mais notável é que os dinossauros não serão a única ameaça. Acontece que uma corporação chamada Manifesto representa um perigo ainda maior.

    Ferocious (Imagem: Omyog/tinybuild)

    Esta organização maligna está equipada com tecnologia avançada e possui bases espalhadas pela ilha. O trailer de Ferocious, que já foi comparado a Titanfall e Far Cry, também nos impressiona com seus aspectos técnicos renderizados na Unreal Engine 5. Em relação à jogabilidade, foi revelado que o protagonista poderá fazer amizade com alguns dos dinossauros menores e terá um amplo arsenal de armas para enfrentar tanto as forças do Manifesto quanto a fauna hostil.

    Ferocious está disponível no Steam por meio de uma demo para download. A OMYOG comentou que o teste jogável foi um sucesso, tanto que alguns jogadores chegaram a jogá-lo por mais de 10 horas, de acordo com informaçõs do Gamingbolt. Apesar dos testes e da demo, o “Far Cry de dinossauro” ainda não possui previsão de lançamento.

  • Terceiro trailer de Towa and the Guardians of the Sacred Tree revela dois novos personagens

    Terceiro trailer de Towa and the Guardians of the Sacred Tree revela dois novos personagens

    Jogo tem lançamento marcado para 19 de setembro para PC, Xbox Series X|S, PS5 e Switch

    Towa and the Guardians of the Sacred Tree encaminha para o final de sua apresentação de personagens jogáveis. Divulgado nesta terça-feira (29), o terceiro trailer do jogo da Bandai Namco revelou dois novos heróis: Koro e Akazu, sendo assim, seis de oito personagens foram divulgados até o momento. Confira o trailer abaixo:

    Koro é um ex-ancião da Vila Shinju, conhecido por sua habilidade em tomar decisões sensatas. Ele cuidou de Akazu quando jovem, a ponto de vê-lo como um filho. Com um grande amor por chá e petiscos, Koro se sentiu motivado a se juntar à jornada de Towa para proteger a Vila Shinju. Akazu é uma pessoa estudiosa, apaixonada por ler livros densos e conduzir experimentos secretos. Naturalmente, esse estilo de vida também limitou seu tempo ao ar livre, fazendo com que Akazu tenha medo de insetos e dificuldades com resistência física. O pesquisador solitário se junta a Towa para aprender mais sobre a natureza do Magatsu.

    Towa and the Guardians of the Sacred Tree é ambientado em um mundo vibrante, que mascara uma ameaça escondida em terras distantes. Há poucos dias, o jogo apresentou detalhes das áreas e gameplay da Vila Shinju, principal local em que as atividades do jogo serão centradas. Os jogadores podem escolher dois Guardiões para cada missão ao longo da aventura: um deles empunhado o poder da espada sagrada chamada Tsurugi e o outro é o portador do cajado mágico Kagura. Cada Guardião possui habilidades exclusivas que podem ser desbloqueadas e refinadas, tanto dentro das masmorras quanto por meio de progressão permanente na Vila Shinju.

    No total, seis heróis foram revelados, enquanto os demais devem ser apresentados nas próximas semanas. Towa and the Guardians of the Sacred Tree tem lançamento marcado para 19 de setembro para PC, Xbox Series X|S, PS5 e Switch.

  • Elden Ring Nightreign

    Elden Ring Nightreign

    Novo jogo da FromSoftware é um dos mais fracos da história recente da desenvolvedora

    Poucos mundos da cultura pop são tão graciosos e opressivos como as Terras Intermédias de Elden Ring. Após o enorme sucesso do RPG de ação que furou a bolha dos soulslike e se tornou um grande fenômeno dos games, a FromSoftware dá um passo adiante e decide transforma a sua principal franquia no momento em um jogo multiplayer.

    Tal ação é feita de forma certamente satisfatória com Elden Ring Nightreign, mas que me causou estranheza e talvez um pouco de aversão aos novos conceitos impostos no jogo. Com tamanho enredo e universo à disposição, Nightreign desperdiça grande parte do potencial das Terras Intermédias para se restringir ao modelo multiplayer apressado e vazio, algo um tanto quanto contrário aos roguelites — gênero que a obra abraça para criar o modelo de partidas multijogador — frenéticos e cheios de vida como Hades e Dead Cells.

    Desde o beta, torci meu nariz para Elden Ring Nightreign, com falas até um pouco conservadoras como “que a essência da FromSoftware teria sido abandonada”. Bom, em partes, eu estava certo — se você espera um universo majestoso como Dark Souls, Bloodborne, Sekiro e Elden Ring, Nightreign te entregará apenas uma porção rasa dessas experiências. Mas, se seu intuito é diversão rápida em um soulslike com os amigos, Nightreign é a melhor opção.

    Sem o Maculado, escolhemos os Nightfarers

    Tela de seleção de personagens

    Sem Maculado ou Chosen One, em Elden Ring Nightreign não pude criar meu próprio personagem, mas tive a disposição os Nightfarers, oito personagens jogáveis que transformam completamente a gameplay do game. Entre eles estão o Olho-de-Ferro, um arqueiro habilidoso; o Selvagem, um guerreiro que possui um gancho acoplado às manoplas; a Duquesa, personagem ágil, mas bastante frágil; a Espectro, capaz de invocar fantasmas; a Reclusa, uma poderosa maga; o Guardião, um guerreiro ave humanoide; o Corsário, um forte e grande pirata; e o Executor, um antigo cavaleiro do Crisol que luta com uma poderosa katana e se transforma em uma fera gigante.

    Durante as minhas mais de 45 horas de gameplay, as minhas principais escolhas foram o Olho-de-Ferro e o Corsário. Com um arqueiro, me surpreendi com o alto dano e a utilidade das duas habilidades do personagem: a secundária criava um ponto fraco temporário no inimigo, enquanto a habilidade primária era um poderoso tiro de arco que atravessava paredes e tudo o que havia pela frente – todos os personagens contam com duas habilidades, uma secundária e outra suprema, muita vezes voltada para dano, além de uma terceira habilidade passiva. Quanto ao Corsário, ele é a escolha perfeita para os fãs de build de força e possui excelentes habilidades ofensivas e uma defesa invejável.

    Cada personagem conta uma história que compõe a simplória narrativa do game, que se passa em uma realidade alternativa à Ruptura de Elden Ring, em que o Lorde da Noite começou a assolar as Terras Intermédias com uma violenta chuva que varria o que estava pela frente — o que serve de desculpa para o círculo de tempestade que funciona de forma semelhante aos círculos de um battle royale. Então, os Nightfarers foram parar na Mesa Redonda unidos pelo propósito de derrotar o Lorde da Noite.

    Personagens com características únicas suprem falta da montagem de builds mais livres

    Sendo um game veloz, Elden Ring Nightreign abre mão da forma que a trama era contada nos demais games da saga soulsborne e amplia a trama de cada personagem através das Memórias, sistema em que vivemos pequenos fragmentos do passado de cada figura. Muitas vezes, a memória é composta por um diálogo e um objetivo que deve ser cumprido em Limveld ou ali mesmo na Mesa Redonda. Além disso, o enredo de cada personagem também é contado por meio de pequenos capítulos de um diário.

    O apego que criei com os personagens que mais joguei foi forjado por meio apenas das mecânicas de gameplay — que achei ótima. No entanto, essa jogabilidade é o feijão com arroz feito nos demais soulslike da desenvolvedora, com o adicional das habilidades dos personagens — e nenhuma narrativa explorada me cativou o suficiente como as de NPCs de Elden Ring e Dark Souls. Infelizmente, para dar espaço a essa pegada apressada que cerca todos os cantos do game, a equipe de desenvolvimento sacrificou parte da construção narrativa dos mundos da FromSoftware contada por meio de NPCs e belos cenários. Contudo, não deixe de completar as lembranças de cada personagem, porque as recompensas são belos trajes de Dark Souls.

    Por outro lado, a grande variedade de personagens se adequa a todos os tipos de jogador e me deixa ansioso para ver quais as combinações a comunidade explorará quando o jogo estiver disponível para todos.

    Exploração apressada transforma o game em uma experiência superficial

    limveld é do tamanho aproximado da primeira metade de limveil

    Momentos contemplativos nos quais podemos observar um universo mágico e em ruínas regem Dark Souls e Elden Ring, mas isso não está presente em Nightreign. Ao começar uma expedição em Limveld, é necessário ter pressa para upar e atingir o nível mais alto possível para enfrentar o Lorde da Noite no terceiro dia. Tal fluxo de gameplay exige agilidade do jogador, ao passo que as builds e forma de subir de nível simplificadas tornam o game uma experiência superficial, mas combina com a celeridade exigida nas partidas de aproximadamente uma hora cada.

    Sempre ao deixar a Mesa Redonda e cair em Limveld, você e mais dois amigos precisam montar uma rota onde passam por igrejas para aumentar a capacidade de frascos, entram em ruínas para enfrentar chefes — os quais são muitas vezes inimigos comuns de Elden Ring — para obter alguma arma elemental ou vantagem que afeta a barra de vida, mana, estamina ou outro status. Catedrais, postos de combate, cavernas e diversas outras estruturas, tudo está disposto para os jogadores montarem a melhor build no ciclo de três dias do game. Esse ciclo é composto por dois dias de exploração em Limveld e o último deles é a fervorosa batalha contra o Lorde da Noite, escolhido anteriormente no começo da expedição.

    Confesso que a progressão dentro das partidas é bastante satisfatória quando entendi o level design de cada construção e as rotas que me fortaleceram com mais facilidade e agilidade. Além disso, uma variedade de eventos aleatórios, como o surgimento de uma área vulcânica, uma gigante montanha enevoada e mais, alteram o mapa e deixam as coisas menos repetitivas, além de oferecerem recompensas mais satisfatórias. Também existem outras ações aleatórias como a repentina aparição de Morgot, o Agouro pelo mapa — e ele caça você até ser derrotado —, uma praga que consome um nível do personagem, acampamentos possuídos por algo maligno que fortifica inimigos, NPCs Nightfarers hostis e mais.

    Todavia, para suprir a falta do Torrente em um mapa do tamanho da primeira metade da Limveil de Elden Ring, o jogo conta com uma movimentação muito veloz e dois tipos de corrida: a tradicional ao segurar Bola no PlayStation e B no Xbox e uma arrancada bem veloz ao apertar L3 e LS, além de diversas opções de travessia como grande ascensores que te jogam para o alto, paredes de escalada e árvores em que a ave espectral pode ser chamada para atravessar o mapa. De toda forma, ter uma montaria faz falta no principal momento de um jogo soulslike.

    Combates grandiosos apenas em tamanho desperdiçam natureza épica de Elden Ring

    reencontrar velhos conhecidos é ótimo, mas batalha não reproduzem fração da emoção do momento original

    O principal elemento de um soulslike são as batalhas de chefe e em Elden Ring Nightreign temos muitas, com algumas delas sendo uma grata lembrança para os fãs de Dark Souls. Dentro do ciclo de três dias das partidas do game, quando a noite se aproxima, o círculo fecha e devemos enfrentar um grande chefe para evitar a noite e, em algumas ocasiões, esses chefes são inimigos de Dark Souls. Desde Nameless King até Smelter Demon, quando esses chefes apareceram, confesso que dei um sincero sorriso nostálgico quando a lembrança de inimigos nefastos de uma franquia tão amada surgiram na minha tela.

    No entanto, as batalhas de destaque são contra os Lordes da Noite, afinal, eles regem a gameplay e as decisões que tomei durante as partidas. Eles são oito no total, porém apenas sete deles ficam disponíveis por grande parte do jogo. Cada um é fraco contra determinado elemento, e por isso eles controlam as decisões tomadas na partida, porque sempre busquei equipamentos com o elemento ao qual os chefes eram mais vulneráveis. Vale ressaltar, no entanto, que é necessário vencer apenas quatro Lordes da Noite para desbloquear a luta final.

    lordes da noite são colossais e batalhas são boas, mas carecem da natureza épica de elden ring

    Ao chegar o terceiro dia, chega também o momento da batalha contra o Lorde da Noite. Após reunir equipamentos, melhorias, atributos, etc. entrei nas batalhas e a arena me decepcionou imensamente. Os enfrentamentos com os Lordes da Noite são grandiosos, mas apenas em tamanho – as arenas só mudam de cor e todas são um grande campo de areia. Além disso, os chefes se movimentam demais e, pelo enorme tamanho das arenas, muitas vezes ficavam distantes, fazendo eu gastar toda minha estamina apenas correndo até eles. Isso deixou evidente a falta do Torrente dentro de determinadas batalhas de chefe que, com certeza, seriam bem mais divertidas na companhia de uma montaria.

    Um ponto a ser comentado é como a morte é menos punitiva no game. Caso morra em Elden Ring Nightreign, você ganha uma segunda chance e pode ser levantado por seus amigos — a não ser que vocês estejam na batalha final do dia. Isso torna o jogo mais acessível para novos jogadores e pode torná-lo uma ótima porta de entrada para o universo soulslike.

    No fim, as batalhas são boas, mas perdem parte da natureza epopeica de Elden Ring. Poucos chefes foram marcantes, mas algo a se destacar eles é o belo design de todos eles. Augur é um dragão com uma boca gigantesca e assustadora, Libra possui um design interessantíssimo e uma mecânica de batalha única, além de um moveset que me assombra mesmo após vencê-lo, e todos os sete chefes iniciais culminam em um confronto final morno, mas com efeitos belíssimos.

    Desempenho do jogo é bastante decente e visuais se mantêm belos

    a beleza do dia final

    Elden Ring Nightreign parece muita vezes uma extensão multiplayer do game original. Por isso, os visuais se mantêm belíssimos e o desempenho do jogo é bastante decente, mas eu tive problemas com o modo focado na taxa de quadros, que muitas vezes sofria com queda de frames — o que me surpreendeu, porque eu joguei o game em um PS5 Pro. Porém, o resto da campanha se mantém com um bom desempenho e não encontrei nenhum bug grotesco que atrapalhasse minha gameplay ao longo campanha.

    O Veredicto

    Envolto da magia e opressividade do mundo de Elden Ring, Nightreign é uma boa adição à franquia, mas não passa de um espetáculo vazio e superficial que se apoia na nostalgia de chefes e referências a Dark Souls. É possível encontrar diversão na exploração apressada de Limveld e nas batalhas grandiosas apenas em tamanho, mas que perderam o fator epopeico devido às arenas sem vida. O game, no entanto, pode ser uma forma de entrada para novos jogadores no universo soulslike graças à maior acessibilidade e desafio menos punitivo.